54 km de trilhas a pé
A trilha da Chapada Diamantina, Guiné, Vale do Capão e o Vale do Pati, por sua
exuberante beleza, são os lugares mais visitados por quem gosta de fazer
caminhadas em ambientes naturais. O seu acesso é feito apenas a pé ou montado
em um animal.
Quando saímos no primeiro dia após uma longa viagem cansativa e
um café delicioso e revigorante a cidade estava quase deserta, mas o suficiente
para olharmos pros lados e ficarmos fascinados com aquele lugar. E o sonho só
estava começando…
Na mochila, nada além
do necessário, um chinelo, alguns remédios e itens de primeiros socorros, boné,
capa de chuva, protetor solar, papel higiênico, lanches para serem divididos
entre todos e a máquina fotográfica.
A nossa frente já
avistávamos o começo dos impressionantes paredões de pedra. Fizemos uma rápida
parada no córrego para abastecer as garrafas de água, comer algo pra repor
energia e ir ao “banheiro”. Não precisou de muitas horas para perceber que a
água da Chapada é incrivelmente pura e límpida. Uma água “benta” que nutre a
alma durante cada passo dado.
Energia reposta
seguimos com o mesmo visual, apenas a vegetação foi “subindo”, o solo ficou
negro, o sol estava escaldante e uma nascente cortou nosso caminho para aliviar
o calor, a sede e a alma e no final pastel de jaca para aliviar a fome.
Quem faz trilha sabe
que sinônimo de descer muito é subir muito e lá estava logo no início, a Serra do Sincorá a ser vencida. No segundo dia após longas horas de
caminhadas a observar as formas, cores, texturas, cheiro, a vida que pulsava
ali que mexeu demais com cada um de nós. Certamente estávamos tomados de
perplexidade e sensações distintas, cada um transportado ao seu mundo. E foi
quando presenciamos uma natureza descomunal. Estávamos no coração da Chapada
Diamantina, com o visual mais incrível do mundo, o Vale do Pati. Éramos grãos
numa imensa sementeira e ficamos ali sentindo o vento, escutando nossa voz
interior e contemplando com o coração e estar
ali é como estar em Eywa, a terra de
Avatar.
Mas, apesar da vontade de viver ali, seguimos silenciosamente a trilha,
tranquila e encantadora, até o Vale do Capão, sentindo algo germinar dentro de
nós. Pra fechar nosso penúltimo dia imersos no Pati, fomos nos banhar no Poço
da Árvore, bela piscina natural e cachoeira no meio da mata. Ao regressar,
ficamos fascinados com o céu mais lindo que já vi na vida, o céu do Vale do
Capão, que estava ali diante de nossos olhos.
Para mim, foi um contato de pura gratidão para com a Mãe Natureza, com
todos os seres, as árvores, as pedras, os seres de asas, os seres de barbatanas,
os animais, os insetos, a Grande Nação das Estrelas, o Irmão Sol e a Irmã Lua e os Quatro Elementos Principais todos juntos (Terra, Água, Fogo e Ar).
No terceiro dia mais uma trilha, desta vez de menor intensidade, e no final uma bela cachoeira nos esperando para o alívio do corpo e do Espírito. E para finalizar o dia nos deliciamos com a culinária local, moqueca de jaca e galinha caipira.
No terceiro dia mais uma trilha, desta vez de menor intensidade, e no final uma bela cachoeira nos esperando para o alívio do corpo e do Espírito. E para finalizar o dia nos deliciamos com a culinária local, moqueca de jaca e galinha caipira.
Eu tenho certeza que diante de uma Natureza tão bela voltei para o
lar e para a minha família feliz…
Programação
27/09/2013 – Lençóis – Capão
06:30h – Café da manhã no hotel Hotel Canto das Águas.
São 28 km de trilha. Uma caminhada longa, porém de fácil acesso. Logo no início uma subida nos leva até uma bela vista panorâmica da cidade de Lençóis. Mais à frente, um novo mirante nos proporciona a vista do vale do rio Ribeirão. Encontramos muitos riachos no caminho e o poço das Piabas para um mergulho. Em épocas de chuva formam-se muitas cachoeiras nos paredões da serra, oferecendo um dos visuais mais lindos da Chapada. No final de tarde passamos no pé do Morrão e, no início da noite, chegamos no vale do Capão. Após comer a famosa pizza no vale do Capão, retornamos
para Palmeiras.
28/09/2013 – Guiné – Vale do Pati - Vale do Capão
Saída após o café da manhã com destino ao povoado do Guiné. Onde começaremos a trilha subindo a serra com destino ao Bomba, que é o “bairro” onde estão situadas as últimas casas do Vale do Capão. São 18 km de trilha passando por um dos lugares mais lindos do país (Gerais do Vieira e o Gerais do Rio Preto), de onde podemos observar o Vale do Pati e o Vale do Calixto.
São 8 quilômetros juntando ida e volta. O caminho não é difícil, não há muitas subidas.Por fim, chegaremos a queda d’água das Águas Claras, um oásis, com sua água geladinha para refrescar do calor e relaxar.
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