CAMINHO DA PAZ
NOVEMBRO 2012
127 km de trilhas a pé
1º dia - Amargosa ao Alto da Lagoinha
Amargosa, ponto de partida do Caminho da Paz. Até o Povoado de Alto da Lagoinha são 25 km a serem percorridos a pé. Muitas subidas e descidas, pão com mortadela, suco de maçã e o cansaço mas, o cenário é deslumbrante. Esta é a nossa recompensa.
Em Alto da Lagoinha fomos recebidos por pessoas simples e bastante acolhedoras que fizeram questão de demonstrar o quanto estavam felizes com a nossa presença.
2º dia - Alto da Lagoinha a Mutuípe
17 km de muitas subidas e descidas, o cansaço se faz presente e mais uma vez somos agraciados pela natureza com suas cores, aromas, trilhas e cachoeiras. E na hora da fome, uma venda no caminho para nos aliviar - coxa de galinha com guaraná.
3º dia - Mutuípe a Jiquiriçá
26 km sem pontos de abastecimento, o cansaço mais uma vez se fez presente, agora acompanhado com a sede e a fome; o alívio temporário surgiu de uma fruta do cacau que degustamos com todo prazer, mas tínhamos que seguir adiante e uma alma generosa "Dona Rita" nos socorreu com água fresca e um manjar dos deuses: suco de cacau, melancia e bolo de milho feito com ovos. Abastecidos seguimos adiante deslumbrando a Mãe Natureza, o santuário em que a sabedoria de Deus se torna visível, nos preparando para o que vinha a seguir: almoço na venda de Wilson - a famosa moqueca de ovos, conhecidíssima na região. Os primeiros "calos" se fazem presentes, as dores incomodam, mas a vontade de ir adiante é maior; os momentos de descontração, como o jantar (moqueca de pitu) no Restaurante Nossa Casa, nos fortalece.
4º dia - Jiquiriçá a Ubaíra
A nossa frente as imagens deslumbrantes do Vale do Jiquiriçá, são 27 km a serem percorridos e, mais uma vez sofremos com a sede e a fome, porém nestas horas foi o cacau e a banana que nos deu o alívio temporário.
Como o peregrino persiste na sua fé, surge a primeira venda, o alívio de tirar as botas, descansar, e aguardar o dono do "estabelecimento" que desta vez não surgiu, somente os muruins que deixaram suas marcas. Só mais adiante conseguimos saciar um pouco as nossas necessidades: guaraná com biscoito palito e de quebra sinuca ; por último uma chuva abençoada. Diante de tanta beleza, a necessidade de preservar a pureza das fontes e a fertilidade do solo, se faz necessário; pois estaremos ajudando o campo e garantindo o pão.
5º dia - Ubaíra ao Projeto Semente
Última etapa de nossa peregrinação. Começamos o dia com chuva, as paisagens belíssimas do Vale do Jiquiriçá ficaram para trás, deparei-me com um novo cenário que me fez lembrar de minha terra, senti saudades da minha filha e esposa;foi uma caminhada penosa, muito dolorida, sem cacau, banana, acerola ,sem uma venda, só o silêncio; 19 km a serem percorridos mas, feliz. O Projeto Semente estava logo adiante e de alma agradecida e serena me curvo diante da Natureza que nos acalenta, nos socorre. Restando-nos apenas proteger, quanto possível, todos os seres e todas as coisas na região em que respiram.
"Pois somos cooperadores de Deus" - Paulo.
(I Coríntios, 3:9)
Assim,
Vem Buscar nas Trilhas das Montanhas, o caminho de volta a tua aldeia.
E quando venceres a névoa fria que cobre o vale, haverá uma paz que brotará do teu ingênuo menino.
E nessa hora, como um guerreiro, dançarás toda magia do amor, toda a força do rebento, toda a manifestação de ordem e consciência.
É assim todo começo!
Antônio Presídio
